lunes, 18 de abril de 2011

Arequipa e o Colca Canyon

Entrámos no autocarro (por volta das 13h) e ainda tivemos direito a almoço. Yumi, que bom! Sabe tão bem quando nos dão coisas que nós não estamos À espera, principalmente comida boa =)
Ao cair da noite lá adormecemos à espera que nos acordassem quando tivéssemos chegado ao destino, (que supostamente devia ser às 23h) mas quando acordo já é uma da manhã e continuamos a andar. Acordei o Bruno já assustada que tivéssemos passado Arequipa. ele foi perguntar e afinal estávamos só estupidamente atrasados. Acabámos por chegar a Arequipa já depois das 2 da manhã, quando nos iam buscar ao hostel às 3h30 para começar a tour no desfiladeiro Colca. Foi de loucos!
Mal dormimos e mal tivemos tempo de fazer a nossa mala para a tour de 3 dias. Uma correria!
Desfiladeiro Colca

O autocarro lá chegou e ainda tentámos dormir um pouco, pois a viagem durou cerca de 1h e meia. Chegámos à vila de Chivay para tomar o pequeno-almoço e despertar um pouco. (embora fosse um pouco cedo) Seguidamente fomos ter à Cruz del Condor, um miradouro onde se podia admirar condores em habitat natural! Mas tivemos azar e não vimos nenhum.
De novo de volta ao autocarro para o sítio do início da caminhada. Quando finalmente chegámos vimos o Cañol del Colca em todo o seu esplendor. Começamos a descer com mais uma rapariga alemã, de seu nome Carol e uma outra rapariga israelita, cujo nome não memorizámos devido à complexidade em soletrá-lo. Foi uma manhã muito dura, pois até ao vale tínhamos que descer qualquer coisa como 1000metros!
Quando finalmente chegámos lá abaixo cruzámos uma ponte e acabámos por chegar ao sítio do almoço pelas 14h30. Comemos bem e por lá ficámos pois só iríamos continuar o caminho no dia seguinte.
Oásis
Quando o sol nasceu acordámos e após tomarmos o pequeno-almoço continuámos a caminhada pela trilha do desfiladeiro, passando por aldeias que se encontravam no meio de nada. Visitámos um pequeno museu onde vimos instrumentos para moer os vários tipos de milho, animais da região embalsamados e roupa típica da região. Seguimos o caminho com destino ao pequeno oásis que há no meio do desfiladeiro. Um autêntico paraíso.  Mal chegámos mergulhámos logo na piscina e com o cansaço da caminhada e o calor que se fazia sentir soube mesmo bem. =)


Pelas 13h almoçámos e depois descansámos o resto da tarde, adormecendo numa rede. O dia seguinte seria somente subir de novo até à vila. Uma subida de cerca de 3horas. O guia avisou que era difícil, mas que haveria a possibilidade de se alugar uma mula para subir o caminho e assim seria mais fácil. E foi o que a Inês fez. Eu fui uma hora antes e a Inês em cima da mula como levaria apenas 2h a subir pôde dormir um pouco mais.
A subida foi difícil mas comparativamente com o caminho Inca foi mais fácil que o 2º dia. A vista era incrível e magnífica e de vez em quando ia parando e saboreando a paisagem.
A viagem na mula foi um tanto ou quanto fora do comum. Acordámos, eu e a israelita, que também optou pela mula 1h mais tarde e fomos ter com o senhor das mulas e esperar pelos restantes turistas preguiçosos.
Aventura numa mula
Os outros turistas chegaram mais tarde e por isso atrasámo-nos imenso. O dono é que ia escolhendo a pessoa consoante o tamanho e o peso e a mula. Eu comecei a tour em 4º lugar e quase que acabei em 1º. A sacana da mula que me calhou era teimosa como o raio! Em 7 mulas, óbvio que me tinha que calhar o Cristiano ronaldo das mulas. Assim que começou a andar, foi logo quase a correr para apanhar a 3ª mula a cheirar-lhe o rabo. E sempre assim durante uma data de tempo, até que lá conseguiu o que queria, ultrapassar. Claro que dei o meu gritinho histérico e o meu coração começou a acelerar. E assim foi até finalmente conseguir ultrapassar a 1ª e ficar como líder, problemas de auto-estima, com certeza! E que teimosa até mostrou os dentes já quase para morder para fazer a última ultrapassagem. O medo!! Mas 2horas depois lá chegámos todos vivos e eu em 2º lugar porque depois o líder original retomou o seu lugar.
Chegámos finalmente à vila, fomos tomar o pequeno-almoço, bem merecido diga-se de passagem e fomos para as piscinas termais para descansarmos durante 1h e por apenas 10 soles! Soube tããão bem e a água era bem mais límpida que a de Águas Calientes. Um caldinho :)
No caminho de volta ainda tivemos a oportunidade de ver uns condores a voar.
Pelas 18h estávamos de volta à cidade de Arequipa. Tratámos de comprar os bilhetes para Tacna (não havia autocarros para Arica, naquele dia) e demos uma volta pelo centro da cidade e vimos a 'Plaza de Armas' e pouco mais já que o autocarro partia bem cedinho para Tacna.

Plaza de Armas de Arequipa

miércoles, 13 de abril de 2011

Pisco - Ilhas Balestas

No dia seguinte tratámos de dar um último giro pela cidade, comprar os bilhetes para Pisco e por volta das 20h apanhámos o autocarro para passar mais uma noite no busão.
De manhã chegámos a Pisco, que no ano de 2007 sofreu um terramoto de altas proporções, tendo sido o epicentro mesmo na cidade. Resultado: a cidade ficou bastante destruída. Mas como o Perú é um país bastante pobre, que só tem praticamente receitas do turismo, ainda não conseguiu angariar dinheiro para a reconstrução da cidade. Então, somente aos poucos e poucos é que estão a pavimentar as estradas e a recuperar edifícios. Volvidos 3 anos ainda há ruas de terra batida.
Quando saímos do autocarro reparámos que não tínhamos chegado à cidade, mas sim à Pan-Americana, ou seja à auto-estrada que percorre o continente Americano de Norte a Sul e portanto parámos quase no meio do nada. Tivemos bastante sorte, pois um senhor bastante honesto recomendou-nos um hostel (San Isidro) e uma tour a preços baixos. De maneira que apanhámos o taxi fomos até à cidade para nos instalarmos. O hostel tinha piscina e por isso pudemos dar um mergulho e descansar, pois a tour às ilhas balestas seria somente no dia seguinte pelas 7h.
No dia seguinte, mais uma vez atrasados, corremos para a carrinha que nos ia levar até ao porto. No caminho fomos apanhando mais turistas e eis senão quando o bruno grita:
"Olha!!" Eu meia a dormir lá abro um olho e quem vejo eu ?! O casal checo que fez a tour pelo Salar de Uyuni connosco. Acho que acordámos o autocarro todo porque começámos a falar duma ponta para a outra a perguntar se estava tudo bem.
Candelabro
Assim que chegámos ao porto para apanhar o barco já pudemos pôr a conversa em dia com os checos. Apanhámos o barco, uma espécie de Concha e fomos até à primeira paragem o candelabro. Uma espécie de linha de Nazca numa ilha inabitada.Umas linhas geométricamente desenhadas sobre a areia sem que alguma vez se apagasse ou sequer ficassem disformes. O mistério sobre o aparecimento desta figura ainda não foi desvendado. Não se sabe a idade, como foi feita ou sequer por quem, apesar de existirem várias teorias sobre o assunto. Como a figura está feita em areia não é possível os arqueólogos datar a sua origem no tempo. A teoria mais aceite e difundida é a que fala sobre piratas. Acredita-se que os piratas enterraram um tesouro naquela ilha e para saberem onde estaria o tesouro, quando voltassem mais tarde desenharam o candelabro.
Continuámos a nossa tour marítima e fomos ter às ilhas balestas, que têm esse nome porque a sua forma se assemelha a uma besta (arma medieval) que em espanhol se diz ballesta. Aí pudemos apreciar toda a vida natural que por lá habita. Dezenas e dezenas de pássaros de várias espécies diferentes, leões marinhos que ora se banhavam ao sol ora mergulhavam no mar para se refrescar e até pinguins! Uma ilha riquíssima em vida animal. Óbvio que tirámos montes de fotos e claro, para surpresa final eu e o bruno fomos presenteados com uma oferta vinda de um dos pássaros. Foi tão grande o presente que sujou o casaco dos dois. Mais uma voltinha para ver mais leões marinhos e tirar mais fotos enquanto o guia nos ia contando mais coisas.

Islas Ballestas

Leões marinhos e passáros às carradas :D

De volta ao hostel, arrumámos as nossas coisinhas e lá fomos nós de volta à auto-estrada de modo a apanhar o autocarro para Arequia. Esperavam-nos 10 horas de viagem até Arequipa.

ps: Não deixámos a cidade de Pisco sem antes ver um homem com a camisola das quinas vestida.

domingo, 10 de abril de 2011

Machu Picchu

Caminhámos cerca de mais de 1h30 até que finalmente chegámos. E quem mais nos fez companhia ? O sol! Finalmente o céu tinha aberto e ficou um dia radiante e lindo.

Vista de Macchu Picchu ainda de manhã com bastante nevoeiro
Fomos bem recebidos no Machu Picchu =) Depois de usar uma W.C em condições, ao fim de 4 dias, e passar o controlo começámos a nossa tour. O nosso guia, Gil, à medida que íamos visitando os sítios, ia contando a história e fomos descobrindo mais e mais da misteriosa e poderosa civilização Inca.
No entanto, a história que eu e o Bruno mais gostámos foi a da descoberta de Machu Picchu.
Rezava a história que os Incas tinham construído toda uma cidade com ouro. Então, em 1911, o arqueólogo americano Hiram Bingham, pôs-se a caminho da América do Sul para desbrava as suas selvas com o intuito de descobrir a cidade dourada.Nas suas caminhadas e explorações, um dia conheceu um jovem pastor quepor lá passeava as suas ovelhas e lhe contou que conhecia um monte de pedras muito engraçadas que ele era capaz de achar piada, mas só se lhe desse um SOL peruano (25cent) E assim foi descoberto Machu Picchu!

Macchu Picchu com algumas casas que se pensa
que sejam escolas e com o Céu já a aclarar
Assim que Hiram viu a cidade apercebeu-se imediatamente que estava sobre um tesouro em termos de riqueza e conhecimento. Como era americano, embarcou no seu barco todos os artefactos que por lá encontrou para os estudar e para mais tarde os devolver.
Mas volvidos 100 anos, todos os artigos continuam na Universidade de Yale, criando assim uma relação amarga entre o Governo Peruano e Americano. Aparentemente só muito recentemente é que o Governo Americano disse que iria retornar os objectos e artefactos ao seu local devido!
Continuámos a nossa tour pela enorme cidade Inca, que viemos a descobrir que não se sabe o nome original, pois o povo Inca não desenvolveu a escrita, então foi baptizado com o nome Quechua de Machu Picchu que significa "montanha velha".
Quando terminámos a tour, o Bruno foi subir a montanha de Wayna Picchu. É a maior montanha que se pode ver na imagem e que se colocarmos de lado é a montanha que representa um nariz na face humana.
Para subir seriam necessários à volta de 45minutos e tive sorte em poder subir visto que apenas 400 pessoas podem subir por dia e eu não tinha reservado o bilhete, já que tinha acabado de vir do caminho Inca e a maior parte das pessoas foi fazer a reserva pelas 5h30/6h. Para minha surpresa o senhor idoso que fez a trilha Inca com uma mala bem pesada às costas também ia subir a montanha comigo. Ele contou-me várias coisas, entre elas que era um sonho poder fazer o caminho, ver Machu Picchu e subir a Wayna Picchu. Contou-me também que tinha 70 anos e levou às costas, durante os 4 dias de trilha, uma mochila que pesava 20kg!!! (era conhecido como o Super-homem). Fiquei realmente impressionado e foi uma honra subir com ele. A descer quase que tinha que correr para o acompanhar e muitas pessoas jovens estavam ainda a subir quando já íamos a metade do caminho (tomando em consideração que começaram antes que nós é inacreditável)
A montanha dava uma vista única sobre as ruínas de Machu Picchu. Podia-se ver tudo, mas não nos dá a foto típica das ruínas. Não tenham demasiadas expectativas. Vale apena subir uma vez tirar a fotografia e nada mais.
Vista de Macchu Picchu da montanha Wayna Picchu e com o senhor idoso de 70 anos


Quando desci encontrei-me com a Inês e com o belga, Thomas que por lá passeava. As ruínas eram impressionantes e sem dúvida que merece ser uma das 7 maravilhas do mundo e pudemos ver o quão avançada era a civilização Inca. Algo que nos deixa sem palavras. Para descer à povoação das Águas Calientes apanhámos o autocarro (7doláres) porque já não aguentávamos mais. Fomos almoçar e encontrámo-nos com a Sónia, Valéria e Marcelo. Após descansarmos e comermos bem. fomos desfrutar das termas da cidade. Relaxámos e fizemos tempo para apanhar o comboio que estava marcado para partir às 19h. Entretanto o Thomas apareceu e ficámos a falar com ele até que fomos todos juntos para o comboio.
O nosso guia disse que quando saíssemos do comboio iria estar alguém com um papel, onde os nossos nomes estariam escritos (ou a nossa agência) de modo a nos levarem a Cusco, no entanto quando chegámos havia tanta gente, uma grande confusão, que nos fez sentir perdidos. Muitas pessoas com papéis na mão mas nenhum com o nosso nome. Ficámos para o final e um dos dois últimos dizia 'Bus Pedro'. Fomos falar com o senhor e perguntámos pelos nossos nomes e realmente era aquele senhor que nos iria levar de volta a Cusco, com mais alguns turistas.
Com alguma confusão à mistura, visto que uns brasileiros tinham reservado lugar no autocarro, mas não tinham lugares, partimos para a cidade. Foi uma viagem bastante divertida já que os brasileiros gozavam bastante com o nome Bus Pedro, e iam dizendo ao motorista 'Pedro vai com calma', ' Pedro pé na tábua', etc. Chegámos bastante tarde, já por volta da meia-noite e meia e fomos direitos ao hostel dormir.

Templo do Condor em Machu Picchu
Nós em Machu Picchu com Wayna Picchu como pano de fundo