sábado, 28 de julio de 2012

Fronteira Perú-Chile

Foram 7h de viagem desde Arequipa a Tacna. A empresa (Cruz del Sur) com que fomos fez um controlo rigoroso, até chegou a tirar fotografias de cada passageiro e controlam os bilhetes uma, duas ou até três vezes Acabámos por chegar ao nosso destino pela hora de almoço e decidimos almoçar e beber a última chicha antes de sairmos do Peru. Resolvemos cambiar os sales por pesos chilenos e comprámos os bilhetes para apanharmos o mini-bus colectivo que nos transportaria a Arica. Uma hora de viagem era o tempo que se perde nas fronteiras, com cães a snifar, pessoas a verificar as malas, raio-X, tudo isto devido ao problema das drogas e principalmente da cocaína (Não é possível levar folhas coca, ao invés dos caramelos e mate/chá). Também a fruta e produtos alimentares não são permitidos. Se tivéssemos uma banana ou maçã para matar a fome iriam confiscá-las.
Por sorte, fomos logo dos primeiros para mostrar o passaporte. Assim que cheguei ao gabinete, mostro o passaporte e espero. A senhora olha desconfiada para o passaporte, olha para mim, para o passaporte... Quase que lhe vi os pontos de interrogação a sair da cabeça. Pega no telefone, sempre muito desconfiada e liga não sei para onde, fala um pouco e desliga. Espreita de novo o passaporte e liga outra vez. E nada de carimbar o passaporte. E quando foi a vez do Bruno, aconteceu exactamente a mesma coisa. A conclusão a que chegámos, foi que a senhora não sabia onde era Portugal ou sequer se era um país então deve ter ligado para a central a perguntar : "O que é Portugal"; "Tens a certeza?", "Existe mesmo?". Ah!ah!ah!
Resolvida toda a papelada dirigimo-nos para Arica onde vislumbrámos o Oceano Pacífico pela segunda vez, mas não teríamos a oportunidade de tomar banho. Apenas tratámos de comprar os bilhetes para San Pedro de Atacama, para o mesmo dia e fomos caminhar até ao centro de modo a darmos uma vista de olhos pela cidade e para obviamente jantar qualquer coisa :)
Pelas 20h (horas locais) partimos com destino ao deserto de Atacama com escala em Calama. Seriam 12horas de viagem, algo que nesta altura do campeonato já estávamos habituados.
Ao que não estávamos habituados era que nos acordassem às 3h da manhã para fazerem uma revisão às nossas malas! Tivemos todos que sair do autocarro, mostrar a nossa mochila pequena, ir buscar a mochila grande e pôr numa espécie de mesa para mostrar às autoridades. Mas como nós estamos a viajar com mochilas de 65 litros, o que eles fazem é abrir a mala, pôr a mão no início da mala, e mais nada =/
Obrigam-nos a estar no frio durante imenso tempo para nada.