Foram 7h de viagem desde Arequipa a Tacna. A empresa (Cruz del Sur) com que fomos fez um controlo rigoroso, até chegou a tirar fotografias de cada passageiro e controlam os bilhetes uma, duas ou até três vezes Acabámos por chegar ao nosso destino pela hora de almoço e decidimos almoçar e beber a última chicha antes de sairmos do Peru. Resolvemos cambiar os sales por pesos chilenos e comprámos os bilhetes para apanharmos o mini-bus colectivo que nos transportaria a Arica. Uma hora de viagem era o tempo que se perde nas fronteiras, com cães a snifar, pessoas a verificar as malas, raio-X, tudo isto devido ao problema das drogas e principalmente da cocaína (Não é possível levar folhas coca, ao invés dos caramelos e mate/chá). Também a fruta e produtos alimentares não são permitidos. Se tivéssemos uma banana ou maçã para matar a fome iriam confiscá-las.
Por sorte, fomos logo dos primeiros para mostrar o passaporte. Assim que cheguei ao gabinete, mostro o passaporte e espero. A senhora olha desconfiada para o passaporte, olha para mim, para o passaporte... Quase que lhe vi os pontos de interrogação a sair da cabeça. Pega no telefone, sempre muito desconfiada e liga não sei para onde, fala um pouco e desliga. Espreita de novo o passaporte e liga outra vez. E nada de carimbar o passaporte. E quando foi a vez do Bruno, aconteceu exactamente a mesma coisa. A conclusão a que chegámos, foi que a senhora não sabia onde era Portugal ou sequer se era um país então deve ter ligado para a central a perguntar : "O que é Portugal"; "Tens a certeza?", "Existe mesmo?". Ah!ah!ah!
Resolvida toda a papelada dirigimo-nos para Arica onde vislumbrámos o Oceano Pacífico pela segunda vez, mas não teríamos a oportunidade de tomar banho. Apenas tratámos de comprar os bilhetes para San Pedro de Atacama, para o mesmo dia e fomos caminhar até ao centro de modo a darmos uma vista de olhos pela cidade e para obviamente jantar qualquer coisa :)
Pelas 20h (horas locais) partimos com destino ao deserto de Atacama com escala em Calama. Seriam 12horas de viagem, algo que nesta altura do campeonato já estávamos habituados.
Ao que não estávamos habituados era que nos acordassem às 3h da manhã para fazerem uma revisão às nossas malas! Tivemos todos que sair do autocarro, mostrar a nossa mochila pequena, ir buscar a mochila grande e pôr numa espécie de mesa para mostrar às autoridades. Mas como nós estamos a viajar com mochilas de 65 litros, o que eles fazem é abrir a mala, pôr a mão no início da mala, e mais nada =/
Obrigam-nos a estar no frio durante imenso tempo para nada.
Os Mochileiros
sábado, 28 de julio de 2012
lunes, 18 de abril de 2011
Arequipa e o Colca Canyon
Entrámos no autocarro (por volta das 13h) e ainda tivemos direito a almoço. Yumi, que bom! Sabe tão bem quando nos dão coisas que nós não estamos À espera, principalmente comida boa =)
Ao cair da noite lá adormecemos à espera que nos acordassem quando tivéssemos chegado ao destino, (que supostamente devia ser às 23h) mas quando acordo já é uma da manhã e continuamos a andar. Acordei o Bruno já assustada que tivéssemos passado Arequipa. ele foi perguntar e afinal estávamos só estupidamente atrasados. Acabámos por chegar a Arequipa já depois das 2 da manhã, quando nos iam buscar ao hostel às 3h30 para começar a tour no desfiladeiro Colca. Foi de loucos!
Mal dormimos e mal tivemos tempo de fazer a nossa mala para a tour de 3 dias. Uma correria!
O autocarro lá chegou e ainda tentámos dormir um pouco, pois a viagem durou cerca de 1h e meia. Chegámos à vila de Chivay para tomar o pequeno-almoço e despertar um pouco. (embora fosse um pouco cedo) Seguidamente fomos ter à Cruz del Condor, um miradouro onde se podia admirar condores em habitat natural! Mas tivemos azar e não vimos nenhum.
De novo de volta ao autocarro para o sítio do início da caminhada. Quando finalmente chegámos vimos o Cañol del Colca em todo o seu esplendor. Começamos a descer com mais uma rapariga alemã, de seu nome Carol e uma outra rapariga israelita, cujo nome não memorizámos devido à complexidade em soletrá-lo. Foi uma manhã muito dura, pois até ao vale tínhamos que descer qualquer coisa como 1000metros!
Quando finalmente chegámos lá abaixo cruzámos uma ponte e acabámos por chegar ao sítio do almoço pelas 14h30. Comemos bem e por lá ficámos pois só iríamos continuar o caminho no dia seguinte.
Quando o sol nasceu acordámos e após tomarmos o pequeno-almoço continuámos a caminhada pela trilha do desfiladeiro, passando por aldeias que se encontravam no meio de nada. Visitámos um pequeno museu onde vimos instrumentos para moer os vários tipos de milho, animais da região embalsamados e roupa típica da região. Seguimos o caminho com destino ao pequeno oásis que há no meio do desfiladeiro. Um autêntico paraíso. Mal chegámos mergulhámos logo na piscina e com o cansaço da caminhada e o calor que se fazia sentir soube mesmo bem. =)
Pelas 13h almoçámos e depois descansámos o resto da tarde, adormecendo numa rede. O dia seguinte seria somente subir de novo até à vila. Uma subida de cerca de 3horas. O guia avisou que era difícil, mas que haveria a possibilidade de se alugar uma mula para subir o caminho e assim seria mais fácil. E foi o que a Inês fez. Eu fui uma hora antes e a Inês em cima da mula como levaria apenas 2h a subir pôde dormir um pouco mais.
A subida foi difícil mas comparativamente com o caminho Inca foi mais fácil que o 2º dia. A vista era incrível e magnífica e de vez em quando ia parando e saboreando a paisagem.
A viagem na mula foi um tanto ou quanto fora do comum. Acordámos, eu e a israelita, que também optou pela mula 1h mais tarde e fomos ter com o senhor das mulas e esperar pelos restantes turistas preguiçosos.
Os outros turistas chegaram mais tarde e por isso atrasámo-nos imenso. O dono é que ia escolhendo a pessoa consoante o tamanho e o peso e a mula. Eu comecei a tour em 4º lugar e quase que acabei em 1º. A sacana da mula que me calhou era teimosa como o raio! Em 7 mulas, óbvio que me tinha que calhar o Cristiano ronaldo das mulas. Assim que começou a andar, foi logo quase a correr para apanhar a 3ª mula a cheirar-lhe o rabo. E sempre assim durante uma data de tempo, até que lá conseguiu o que queria, ultrapassar. Claro que dei o meu gritinho histérico e o meu coração começou a acelerar. E assim foi até finalmente conseguir ultrapassar a 1ª e ficar como líder, problemas de auto-estima, com certeza! E que teimosa até mostrou os dentes já quase para morder para fazer a última ultrapassagem. O medo!! Mas 2horas depois lá chegámos todos vivos e eu em 2º lugar porque depois o líder original retomou o seu lugar.
Chegámos finalmente à vila, fomos tomar o pequeno-almoço, bem merecido diga-se de passagem e fomos para as piscinas termais para descansarmos durante 1h e por apenas 10 soles! Soube tããão bem e a água era bem mais límpida que a de Águas Calientes. Um caldinho :)
No caminho de volta ainda tivemos a oportunidade de ver uns condores a voar.
Pelas 18h estávamos de volta à cidade de Arequipa. Tratámos de comprar os bilhetes para Tacna (não havia autocarros para Arica, naquele dia) e demos uma volta pelo centro da cidade e vimos a 'Plaza de Armas' e pouco mais já que o autocarro partia bem cedinho para Tacna.
Ao cair da noite lá adormecemos à espera que nos acordassem quando tivéssemos chegado ao destino, (que supostamente devia ser às 23h) mas quando acordo já é uma da manhã e continuamos a andar. Acordei o Bruno já assustada que tivéssemos passado Arequipa. ele foi perguntar e afinal estávamos só estupidamente atrasados. Acabámos por chegar a Arequipa já depois das 2 da manhã, quando nos iam buscar ao hostel às 3h30 para começar a tour no desfiladeiro Colca. Foi de loucos!
Mal dormimos e mal tivemos tempo de fazer a nossa mala para a tour de 3 dias. Uma correria!
Desfiladeiro Colca |
O autocarro lá chegou e ainda tentámos dormir um pouco, pois a viagem durou cerca de 1h e meia. Chegámos à vila de Chivay para tomar o pequeno-almoço e despertar um pouco. (embora fosse um pouco cedo) Seguidamente fomos ter à Cruz del Condor, um miradouro onde se podia admirar condores em habitat natural! Mas tivemos azar e não vimos nenhum.
De novo de volta ao autocarro para o sítio do início da caminhada. Quando finalmente chegámos vimos o Cañol del Colca em todo o seu esplendor. Começamos a descer com mais uma rapariga alemã, de seu nome Carol e uma outra rapariga israelita, cujo nome não memorizámos devido à complexidade em soletrá-lo. Foi uma manhã muito dura, pois até ao vale tínhamos que descer qualquer coisa como 1000metros!
Quando finalmente chegámos lá abaixo cruzámos uma ponte e acabámos por chegar ao sítio do almoço pelas 14h30. Comemos bem e por lá ficámos pois só iríamos continuar o caminho no dia seguinte.
Oásis |
Pelas 13h almoçámos e depois descansámos o resto da tarde, adormecendo numa rede. O dia seguinte seria somente subir de novo até à vila. Uma subida de cerca de 3horas. O guia avisou que era difícil, mas que haveria a possibilidade de se alugar uma mula para subir o caminho e assim seria mais fácil. E foi o que a Inês fez. Eu fui uma hora antes e a Inês em cima da mula como levaria apenas 2h a subir pôde dormir um pouco mais.
A subida foi difícil mas comparativamente com o caminho Inca foi mais fácil que o 2º dia. A vista era incrível e magnífica e de vez em quando ia parando e saboreando a paisagem.
A viagem na mula foi um tanto ou quanto fora do comum. Acordámos, eu e a israelita, que também optou pela mula 1h mais tarde e fomos ter com o senhor das mulas e esperar pelos restantes turistas preguiçosos.
Aventura numa mula |
Chegámos finalmente à vila, fomos tomar o pequeno-almoço, bem merecido diga-se de passagem e fomos para as piscinas termais para descansarmos durante 1h e por apenas 10 soles! Soube tããão bem e a água era bem mais límpida que a de Águas Calientes. Um caldinho :)
No caminho de volta ainda tivemos a oportunidade de ver uns condores a voar.
Pelas 18h estávamos de volta à cidade de Arequipa. Tratámos de comprar os bilhetes para Tacna (não havia autocarros para Arica, naquele dia) e demos uma volta pelo centro da cidade e vimos a 'Plaza de Armas' e pouco mais já que o autocarro partia bem cedinho para Tacna.
Plaza de Armas de Arequipa |
miércoles, 13 de abril de 2011
Pisco - Ilhas Balestas
No dia seguinte tratámos de dar um último giro pela cidade, comprar os bilhetes para Pisco e por volta das 20h apanhámos o autocarro para passar mais uma noite no busão.
De manhã chegámos a Pisco, que no ano de 2007 sofreu um terramoto de altas proporções, tendo sido o epicentro mesmo na cidade. Resultado: a cidade ficou bastante destruída. Mas como o Perú é um país bastante pobre, que só tem praticamente receitas do turismo, ainda não conseguiu angariar dinheiro para a reconstrução da cidade. Então, somente aos poucos e poucos é que estão a pavimentar as estradas e a recuperar edifícios. Volvidos 3 anos ainda há ruas de terra batida.
Quando saímos do autocarro reparámos que não tínhamos chegado à cidade, mas sim à Pan-Americana, ou seja à auto-estrada que percorre o continente Americano de Norte a Sul e portanto parámos quase no meio do nada. Tivemos bastante sorte, pois um senhor bastante honesto recomendou-nos um hostel (San Isidro) e uma tour a preços baixos. De maneira que apanhámos o taxi fomos até à cidade para nos instalarmos. O hostel tinha piscina e por isso pudemos dar um mergulho e descansar, pois a tour às ilhas balestas seria somente no dia seguinte pelas 7h.
No dia seguinte, mais uma vez atrasados, corremos para a carrinha que nos ia levar até ao porto. No caminho fomos apanhando mais turistas e eis senão quando o bruno grita:
"Olha!!" Eu meia a dormir lá abro um olho e quem vejo eu ?! O casal checo que fez a tour pelo Salar de Uyuni connosco. Acho que acordámos o autocarro todo porque começámos a falar duma ponta para a outra a perguntar se estava tudo bem.
Assim que chegámos ao porto para apanhar o barco já pudemos pôr a conversa em dia com os checos. Apanhámos o barco, uma espécie de Concha e fomos até à primeira paragem o candelabro. Uma espécie de linha de Nazca numa ilha inabitada.Umas linhas geométricamente desenhadas sobre a areia sem que alguma vez se apagasse ou sequer ficassem disformes. O mistério sobre o aparecimento desta figura ainda não foi desvendado. Não se sabe a idade, como foi feita ou sequer por quem, apesar de existirem várias teorias sobre o assunto. Como a figura está feita em areia não é possível os arqueólogos datar a sua origem no tempo. A teoria mais aceite e difundida é a que fala sobre piratas. Acredita-se que os piratas enterraram um tesouro naquela ilha e para saberem onde estaria o tesouro, quando voltassem mais tarde desenharam o candelabro.
Continuámos a nossa tour marítima e fomos ter às ilhas balestas, que têm esse nome porque a sua forma se assemelha a uma besta (arma medieval) que em espanhol se diz ballesta. Aí pudemos apreciar toda a vida natural que por lá habita. Dezenas e dezenas de pássaros de várias espécies diferentes, leões marinhos que ora se banhavam ao sol ora mergulhavam no mar para se refrescar e até pinguins! Uma ilha riquíssima em vida animal. Óbvio que tirámos montes de fotos e claro, para surpresa final eu e o bruno fomos presenteados com uma oferta vinda de um dos pássaros. Foi tão grande o presente que sujou o casaco dos dois. Mais uma voltinha para ver mais leões marinhos e tirar mais fotos enquanto o guia nos ia contando mais coisas.
De volta ao hostel, arrumámos as nossas coisinhas e lá fomos nós de volta à auto-estrada de modo a apanhar o autocarro para Arequia. Esperavam-nos 10 horas de viagem até Arequipa.
ps: Não deixámos a cidade de Pisco sem antes ver um homem com a camisola das quinas vestida.
De manhã chegámos a Pisco, que no ano de 2007 sofreu um terramoto de altas proporções, tendo sido o epicentro mesmo na cidade. Resultado: a cidade ficou bastante destruída. Mas como o Perú é um país bastante pobre, que só tem praticamente receitas do turismo, ainda não conseguiu angariar dinheiro para a reconstrução da cidade. Então, somente aos poucos e poucos é que estão a pavimentar as estradas e a recuperar edifícios. Volvidos 3 anos ainda há ruas de terra batida.
Quando saímos do autocarro reparámos que não tínhamos chegado à cidade, mas sim à Pan-Americana, ou seja à auto-estrada que percorre o continente Americano de Norte a Sul e portanto parámos quase no meio do nada. Tivemos bastante sorte, pois um senhor bastante honesto recomendou-nos um hostel (San Isidro) e uma tour a preços baixos. De maneira que apanhámos o taxi fomos até à cidade para nos instalarmos. O hostel tinha piscina e por isso pudemos dar um mergulho e descansar, pois a tour às ilhas balestas seria somente no dia seguinte pelas 7h.
No dia seguinte, mais uma vez atrasados, corremos para a carrinha que nos ia levar até ao porto. No caminho fomos apanhando mais turistas e eis senão quando o bruno grita:
"Olha!!" Eu meia a dormir lá abro um olho e quem vejo eu ?! O casal checo que fez a tour pelo Salar de Uyuni connosco. Acho que acordámos o autocarro todo porque começámos a falar duma ponta para a outra a perguntar se estava tudo bem.
Candelabro |
Continuámos a nossa tour marítima e fomos ter às ilhas balestas, que têm esse nome porque a sua forma se assemelha a uma besta (arma medieval) que em espanhol se diz ballesta. Aí pudemos apreciar toda a vida natural que por lá habita. Dezenas e dezenas de pássaros de várias espécies diferentes, leões marinhos que ora se banhavam ao sol ora mergulhavam no mar para se refrescar e até pinguins! Uma ilha riquíssima em vida animal. Óbvio que tirámos montes de fotos e claro, para surpresa final eu e o bruno fomos presenteados com uma oferta vinda de um dos pássaros. Foi tão grande o presente que sujou o casaco dos dois. Mais uma voltinha para ver mais leões marinhos e tirar mais fotos enquanto o guia nos ia contando mais coisas.
Islas Ballestas |
Leões marinhos e passáros às carradas :D |
De volta ao hostel, arrumámos as nossas coisinhas e lá fomos nós de volta à auto-estrada de modo a apanhar o autocarro para Arequia. Esperavam-nos 10 horas de viagem até Arequipa.
ps: Não deixámos a cidade de Pisco sem antes ver um homem com a camisola das quinas vestida.
domingo, 10 de abril de 2011
Machu Picchu
Caminhámos cerca de mais de 1h30 até que finalmente chegámos. E quem mais nos fez companhia ? O sol! Finalmente o céu tinha aberto e ficou um dia radiante e lindo.
Fomos bem recebidos no Machu Picchu =) Depois de usar uma W.C em condições, ao fim de 4 dias, e passar o controlo começámos a nossa tour. O nosso guia, Gil, à medida que íamos visitando os sítios, ia contando a história e fomos descobrindo mais e mais da misteriosa e poderosa civilização Inca.
No entanto, a história que eu e o Bruno mais gostámos foi a da descoberta de Machu Picchu.
Rezava a história que os Incas tinham construído toda uma cidade com ouro. Então, em 1911, o arqueólogo americano Hiram Bingham, pôs-se a caminho da América do Sul para desbrava as suas selvas com o intuito de descobrir a cidade dourada.Nas suas caminhadas e explorações, um dia conheceu um jovem pastor quepor lá passeava as suas ovelhas e lhe contou que conhecia um monte de pedras muito engraçadas que ele era capaz de achar piada, mas só se lhe desse um SOL peruano (25cent) E assim foi descoberto Machu Picchu!
Assim que Hiram viu a cidade apercebeu-se imediatamente que estava sobre um tesouro em termos de riqueza e conhecimento. Como era americano, embarcou no seu barco todos os artefactos que por lá encontrou para os estudar e para mais tarde os devolver.
Mas volvidos 100 anos, todos os artigos continuam na Universidade de Yale, criando assim uma relação amarga entre o Governo Peruano e Americano. Aparentemente só muito recentemente é que o Governo Americano disse que iria retornar os objectos e artefactos ao seu local devido!
Continuámos a nossa tour pela enorme cidade Inca, que viemos a descobrir que não se sabe o nome original, pois o povo Inca não desenvolveu a escrita, então foi baptizado com o nome Quechua de Machu Picchu que significa "montanha velha".
Quando terminámos a tour, o Bruno foi subir a montanha de Wayna Picchu. É a maior montanha que se pode ver na imagem e que se colocarmos de lado é a montanha que representa um nariz na face humana.
Para subir seriam necessários à volta de 45minutos e tive sorte em poder subir visto que apenas 400 pessoas podem subir por dia e eu não tinha reservado o bilhete, já que tinha acabado de vir do caminho Inca e a maior parte das pessoas foi fazer a reserva pelas 5h30/6h. Para minha surpresa o senhor idoso que fez a trilha Inca com uma mala bem pesada às costas também ia subir a montanha comigo. Ele contou-me várias coisas, entre elas que era um sonho poder fazer o caminho, ver Machu Picchu e subir a Wayna Picchu. Contou-me também que tinha 70 anos e levou às costas, durante os 4 dias de trilha, uma mochila que pesava 20kg!!! (era conhecido como o Super-homem). Fiquei realmente impressionado e foi uma honra subir com ele. A descer quase que tinha que correr para o acompanhar e muitas pessoas jovens estavam ainda a subir quando já íamos a metade do caminho (tomando em consideração que começaram antes que nós é inacreditável)
A montanha dava uma vista única sobre as ruínas de Machu Picchu. Podia-se ver tudo, mas não nos dá a foto típica das ruínas. Não tenham demasiadas expectativas. Vale apena subir uma vez tirar a fotografia e nada mais.
Quando desci encontrei-me com a Inês e com o belga, Thomas que por lá passeava. As ruínas eram impressionantes e sem dúvida que merece ser uma das 7 maravilhas do mundo e pudemos ver o quão avançada era a civilização Inca. Algo que nos deixa sem palavras. Para descer à povoação das Águas Calientes apanhámos o autocarro (7doláres) porque já não aguentávamos mais. Fomos almoçar e encontrámo-nos com a Sónia, Valéria e Marcelo. Após descansarmos e comermos bem. fomos desfrutar das termas da cidade. Relaxámos e fizemos tempo para apanhar o comboio que estava marcado para partir às 19h. Entretanto o Thomas apareceu e ficámos a falar com ele até que fomos todos juntos para o comboio.
O nosso guia disse que quando saíssemos do comboio iria estar alguém com um papel, onde os nossos nomes estariam escritos (ou a nossa agência) de modo a nos levarem a Cusco, no entanto quando chegámos havia tanta gente, uma grande confusão, que nos fez sentir perdidos. Muitas pessoas com papéis na mão mas nenhum com o nosso nome. Ficámos para o final e um dos dois últimos dizia 'Bus Pedro'. Fomos falar com o senhor e perguntámos pelos nossos nomes e realmente era aquele senhor que nos iria levar de volta a Cusco, com mais alguns turistas.
Com alguma confusão à mistura, visto que uns brasileiros tinham reservado lugar no autocarro, mas não tinham lugares, partimos para a cidade. Foi uma viagem bastante divertida já que os brasileiros gozavam bastante com o nome Bus Pedro, e iam dizendo ao motorista 'Pedro vai com calma', ' Pedro pé na tábua', etc. Chegámos bastante tarde, já por volta da meia-noite e meia e fomos direitos ao hostel dormir.
Vista de Macchu Picchu ainda de manhã com bastante nevoeiro |
No entanto, a história que eu e o Bruno mais gostámos foi a da descoberta de Machu Picchu.
Rezava a história que os Incas tinham construído toda uma cidade com ouro. Então, em 1911, o arqueólogo americano Hiram Bingham, pôs-se a caminho da América do Sul para desbrava as suas selvas com o intuito de descobrir a cidade dourada.Nas suas caminhadas e explorações, um dia conheceu um jovem pastor quepor lá passeava as suas ovelhas e lhe contou que conhecia um monte de pedras muito engraçadas que ele era capaz de achar piada, mas só se lhe desse um SOL peruano (25cent) E assim foi descoberto Machu Picchu!
Macchu Picchu com algumas casas que se pensa que sejam escolas e com o Céu já a aclarar |
Mas volvidos 100 anos, todos os artigos continuam na Universidade de Yale, criando assim uma relação amarga entre o Governo Peruano e Americano. Aparentemente só muito recentemente é que o Governo Americano disse que iria retornar os objectos e artefactos ao seu local devido!
Continuámos a nossa tour pela enorme cidade Inca, que viemos a descobrir que não se sabe o nome original, pois o povo Inca não desenvolveu a escrita, então foi baptizado com o nome Quechua de Machu Picchu que significa "montanha velha".
Quando terminámos a tour, o Bruno foi subir a montanha de Wayna Picchu. É a maior montanha que se pode ver na imagem e que se colocarmos de lado é a montanha que representa um nariz na face humana.
Para subir seriam necessários à volta de 45minutos e tive sorte em poder subir visto que apenas 400 pessoas podem subir por dia e eu não tinha reservado o bilhete, já que tinha acabado de vir do caminho Inca e a maior parte das pessoas foi fazer a reserva pelas 5h30/6h. Para minha surpresa o senhor idoso que fez a trilha Inca com uma mala bem pesada às costas também ia subir a montanha comigo. Ele contou-me várias coisas, entre elas que era um sonho poder fazer o caminho, ver Machu Picchu e subir a Wayna Picchu. Contou-me também que tinha 70 anos e levou às costas, durante os 4 dias de trilha, uma mochila que pesava 20kg!!! (era conhecido como o Super-homem). Fiquei realmente impressionado e foi uma honra subir com ele. A descer quase que tinha que correr para o acompanhar e muitas pessoas jovens estavam ainda a subir quando já íamos a metade do caminho (tomando em consideração que começaram antes que nós é inacreditável)
A montanha dava uma vista única sobre as ruínas de Machu Picchu. Podia-se ver tudo, mas não nos dá a foto típica das ruínas. Não tenham demasiadas expectativas. Vale apena subir uma vez tirar a fotografia e nada mais.
Vista de Macchu Picchu da montanha Wayna Picchu e com o senhor idoso de 70 anos |
Quando desci encontrei-me com a Inês e com o belga, Thomas que por lá passeava. As ruínas eram impressionantes e sem dúvida que merece ser uma das 7 maravilhas do mundo e pudemos ver o quão avançada era a civilização Inca. Algo que nos deixa sem palavras. Para descer à povoação das Águas Calientes apanhámos o autocarro (7doláres) porque já não aguentávamos mais. Fomos almoçar e encontrámo-nos com a Sónia, Valéria e Marcelo. Após descansarmos e comermos bem. fomos desfrutar das termas da cidade. Relaxámos e fizemos tempo para apanhar o comboio que estava marcado para partir às 19h. Entretanto o Thomas apareceu e ficámos a falar com ele até que fomos todos juntos para o comboio.
O nosso guia disse que quando saíssemos do comboio iria estar alguém com um papel, onde os nossos nomes estariam escritos (ou a nossa agência) de modo a nos levarem a Cusco, no entanto quando chegámos havia tanta gente, uma grande confusão, que nos fez sentir perdidos. Muitas pessoas com papéis na mão mas nenhum com o nosso nome. Ficámos para o final e um dos dois últimos dizia 'Bus Pedro'. Fomos falar com o senhor e perguntámos pelos nossos nomes e realmente era aquele senhor que nos iria levar de volta a Cusco, com mais alguns turistas.
Com alguma confusão à mistura, visto que uns brasileiros tinham reservado lugar no autocarro, mas não tinham lugares, partimos para a cidade. Foi uma viagem bastante divertida já que os brasileiros gozavam bastante com o nome Bus Pedro, e iam dizendo ao motorista 'Pedro vai com calma', ' Pedro pé na tábua', etc. Chegámos bastante tarde, já por volta da meia-noite e meia e fomos direitos ao hostel dormir.
Templo do Condor em Machu Picchu |
Nós em Machu Picchu com Wayna Picchu como pano de fundo |
domingo, 17 de octubre de 2010
Caminho Inca - O Final
O 3º dia foi o mais comprido de todos visto que andámos 16 Km. Não foi tão difícil como o segundo dia, mas também nos fartámos de caminhar. Desta feita a Inês já levou a mochila às costas. O Gil, bem disposto, ia dizendo algumas piadas e nós tentávamos sempre superá-las. Uma galhofa!
Neste dia já visitámos alguns sítios arqueológicos onde o Gil nos explicava a sua história e mitos. Alguns eram locais estratégicos para observar inimigos, outros postos para os mensageiros descansarem e poderem trocar mensagens. Já que os Incas tinham um império tão grande era necessária a criação destes lugares para os mensageiros puderem repousar ao percorrem os seus longos caminhos. Outros, ainda, pequenas aldeias onde os Incas viviam, alguns postos de controlo para se saber quem iria entrar na cidade sagrada de Machu Picchu e também alguns sítios onde os Incas cultivavam e armazenavam a sua comida.
Entretanto íamos tirando muitas fotografias desse lugar maravilhoso e mágico, a trilha Inca, rodeada por vales e montanhas que vale a pena visitar. Pequenos riachos e cascatas que cruzámos, realmente hipnóticos, fazem com que este caminho se torne inesquecível e fácil de suportar. O senhor velhote, pelo qual tínhamos um enorme respeito, continuava a sua estóica caminhada e, muitas das vezes, indo à nossa frente. Realmente toda a gente comentava como é que ele conseguia. Com certeza que em tempos passados deve ter sido um profissional a fazer escalada, trekking ou algum desporto semelhante. Até chegámos a apelidá-lo de SuperMan.
Por volta das 16h30/17h chegámos ao 3º acampamento e pudemos tomar o nosso duche quente =D (mais ou menos quente) Soube bem e após o banhinho fomos comer mais biscoitos e bolachas e beber um chá. A rotina era sempre igual e portanto às 19h tinhamos novamente o prato na mesa cheio de comida deliciosa. Era o último jantar juntos e portanto algo especial. Juntá-mo-nos todos e deixamos uma gorjeta de 35 soles cada um aos carregadores, pelo seu duro e bom trabalho. Bem merecido diga-se de passagem!
Descansámos bem pois o último dia seria bem comprido. Levantámos às 3h30 da matina !!! Por duas razões. Primeiro para chegar a Machu Picchu bem cedinho e segundo, a principal razão, porque os carregadores tinham que apanhar o comboio das 5h30 para regressarem a Cusco. Tomámos o pequeno-almoço e esperámos 1h para que as pessoas no controlo passassem e finalmente continuarmos o nosso caminho. Foi uma boa opção visto que até estava a chuviscar àquela hora. Passado 1h30 a 2h chegámos a IntiPunku, ou seja, a Porta do Sol, onde se podia vislumbrar pela primeira vez Machu Picchu e onde o sol no solstício de Verão passava e chegava ao templo do sol que se encontra em Machu Picchu.
Na Porta do Sol seria a nossa oportunidade para vislumbrar Machu Picchu pela primeira vez. Seria o culminar de 4 dias caminhando, finalizando com 45 degraus até à porta do sol. Não cabíamos em nós e excitação (e eu de cansaço). E assim que chegámos, sustemos a respiração e NADA! Nadinha de nada...Estava tudo encoberto por uma camada de nevoeiro branco e cerrado. Não se podia ver nem uma pedra, nem sequer a pontinha do templo! Foi uma desilusão. Como se alguém nos tivesse tirado um sonho! Ainda ficámos um tempinho sentados à espera que o nevoeiro abrisse mas nem uma pedrinha se viu. Decidimos continuar a viagem até à cidade perdida dos Incas, onde ainda iríamos ter que passar pelo último controle e carimbar os nossos passaportes. (sim temos carimbo de Machu Picchu!).
Fomos continuando caminhando sempre um pouco cabisbaixos a pensar no azar que tinhamos, 4 dias à espera daquele momento para vir o nevoeiro e estragar tudo.
Neste dia já visitámos alguns sítios arqueológicos onde o Gil nos explicava a sua história e mitos. Alguns eram locais estratégicos para observar inimigos, outros postos para os mensageiros descansarem e poderem trocar mensagens. Já que os Incas tinham um império tão grande era necessária a criação destes lugares para os mensageiros puderem repousar ao percorrem os seus longos caminhos. Outros, ainda, pequenas aldeias onde os Incas viviam, alguns postos de controlo para se saber quem iria entrar na cidade sagrada de Machu Picchu e também alguns sítios onde os Incas cultivavam e armazenavam a sua comida.
Entretanto íamos tirando muitas fotografias desse lugar maravilhoso e mágico, a trilha Inca, rodeada por vales e montanhas que vale a pena visitar. Pequenos riachos e cascatas que cruzámos, realmente hipnóticos, fazem com que este caminho se torne inesquecível e fácil de suportar. O senhor velhote, pelo qual tínhamos um enorme respeito, continuava a sua estóica caminhada e, muitas das vezes, indo à nossa frente. Realmente toda a gente comentava como é que ele conseguia. Com certeza que em tempos passados deve ter sido um profissional a fazer escalada, trekking ou algum desporto semelhante. Até chegámos a apelidá-lo de SuperMan.
Por volta das 16h30/17h chegámos ao 3º acampamento e pudemos tomar o nosso duche quente =D (mais ou menos quente) Soube bem e após o banhinho fomos comer mais biscoitos e bolachas e beber um chá. A rotina era sempre igual e portanto às 19h tinhamos novamente o prato na mesa cheio de comida deliciosa. Era o último jantar juntos e portanto algo especial. Juntá-mo-nos todos e deixamos uma gorjeta de 35 soles cada um aos carregadores, pelo seu duro e bom trabalho. Bem merecido diga-se de passagem!
Descansámos bem pois o último dia seria bem comprido. Levantámos às 3h30 da matina !!! Por duas razões. Primeiro para chegar a Machu Picchu bem cedinho e segundo, a principal razão, porque os carregadores tinham que apanhar o comboio das 5h30 para regressarem a Cusco. Tomámos o pequeno-almoço e esperámos 1h para que as pessoas no controlo passassem e finalmente continuarmos o nosso caminho. Foi uma boa opção visto que até estava a chuviscar àquela hora. Passado 1h30 a 2h chegámos a IntiPunku, ou seja, a Porta do Sol, onde se podia vislumbrar pela primeira vez Machu Picchu e onde o sol no solstício de Verão passava e chegava ao templo do sol que se encontra em Machu Picchu.
Na Porta do Sol seria a nossa oportunidade para vislumbrar Machu Picchu pela primeira vez. Seria o culminar de 4 dias caminhando, finalizando com 45 degraus até à porta do sol. Não cabíamos em nós e excitação (e eu de cansaço). E assim que chegámos, sustemos a respiração e NADA! Nadinha de nada...Estava tudo encoberto por uma camada de nevoeiro branco e cerrado. Não se podia ver nem uma pedra, nem sequer a pontinha do templo! Foi uma desilusão. Como se alguém nos tivesse tirado um sonho! Ainda ficámos um tempinho sentados à espera que o nevoeiro abrisse mas nem uma pedrinha se viu. Decidimos continuar a viagem até à cidade perdida dos Incas, onde ainda iríamos ter que passar pelo último controle e carimbar os nossos passaportes. (sim temos carimbo de Machu Picchu!).
Fomos continuando caminhando sempre um pouco cabisbaixos a pensar no azar que tinhamos, 4 dias à espera daquele momento para vir o nevoeiro e estragar tudo.
Caminho Inca |
Descendo as escadas Incas da trilha |
Rapariga que teve que se carregada pelos homens durante o caminho |
Chegada às Puertas del Sol com vista nublada sobre Machu Picchu |
miércoles, 13 de octubre de 2010
Caminho Inca - O Início
Dia 11 de Setembro o dia que antecedeu o início do caminho inca. Como nos tinha sido dito para descansar, assim fizemos. Um dia leve a passear pela cidade de Cusco. Fomos comprar uns últimos recuerdos e enviar tudo para Portugal. Passeamos pela cidade e visitámos mais alguns museus. No final do dia, como sabiamos que o Thomas tinha ido fazer o vale sagrado, fizemos-lhe uma surpresa e fomos ter ao hostel onde ele estava hospedado para o convidarmos para jantar (mais outra despedida :] ). Fomos todos jantar e tirar as últimas fotos. Tivemos a nossa segunda despedida, mas sempre com a promessa de nos encontrarmos em Machu Picchu. O Thomas apesar de não fazer o caminho inca, ia chegar no mesmo dia que nós, à cidade perdida dos incas. Depois fomos todos descansar porque o dia que nos esperava ia começar bem cedo.
Às 6h15 estavam a tocar à porta do nosso hotel para a recolha. Fomos ter até à cidade de Ollaytaitambo, onde mal saimos do autocarro, fomos violentamente abordados por vendedores a impingir tudo e mais alguma coisa. O Bruno sempre com espírito regateador, até criou uma briga entre duas vendedoras. Como ele queria mais barato disse que não comprava, mas uma outra vendedora disse que vendia mais barato e a vendedora original ficou toda chateada e começaram as duas a discutir à nossa frente. Mas foi assim que conseguimos comprar dois ponchos para a chuva por 4soles. Conclusão: a concorrência é boa para o mercado pois baixa sempre os preços. Ainda na mesma cidade tomámos o pequeno-almoço e eu aproveitei para comprar um chapéu. 4 dias a andar de cabeça ao sol não pareceu boa ideia.
Seguimos viagem ainda no autocarro, até ao ponto onde entrariamos no caminho inca. Aí, travámos conhecimento com o nosso guia Gil, e com o restante grupo que nos ia acompanhar. Mais uma vez aí, vendedoras a tentarem vender tudo e masi alguma coisa, mas sempre de uma maneira desesperada. Nós a dizermos não e sempre a insistirem e a esfregarem as coisas na nossa cara. O pânico!
Depois de todas as apresentações feitas pusemo-nos a caminho. Passámos o controlo para entrar, onde verificavam os nossos passaportes e identidade e carimbavam, finalmente, a nossa entrada no caminho. Apesar de sermos ainda um grupo, para fazer a caminhada ia só eu o Bruno e o nosso guia. E só nos juntávamos todos para as refeições e para as dormidas. Assim cada grupo podia ter o seu próprio ritmo. Apesar de eu estar com o Bruno que é muito mais rápido do que eu, mas enfim, o grupo tem que se adequar à velocidade do elemento mais lento: Aqui a menina da cidade, óbvio!
Começámos a caminhada e até ao almoço foi fácil, sempre plano e nada de muito complicado. Ao almoço lá nos encontrámos todos de novo. O Marcelo e a Valéria da Argentina, a Sónia do Uruguai, todos com a guia Juana. Depois com o outro guia iam os dois holandeses, cujos nomes nunca chegámos a perceber e nós com o Gilbert. O primeiro almoço foi calminho até porque ainda não nos conheciamos, mas claro que com argentinos na mesa nunca seria uma refeição silenciosa. Acabámos por descubrir que é mesmo verdade. O povo argentino e uruguaio é muito animado. Após o almoço e o mate de coca seguimos viagem com a mochila às costas. O Gil sempre nos ia dando explicações sobre algumas plantas e árvores e iamos metendo conversa contando coisas sobre Portugal. (Dar a conhecer o nosso maravilhoso país). Continuámos a nossa caminhada bem dispostos e o caminho até era plano. Portanto não exigia muito esforço físico. Por volta das 17h chegámos ao nosso primeiro acampamento. Não tomámos banho, pois a água era gelada (apenas teriamos duche "quente" na 3a noite) e portanto seguimos directamente para a tenda para descansar um pouco. Às 19h horas estávamos todos juntos na mesa para jantar com os nossos guias. Falámos um pouco e comemos bem, aliás é de mencionar que durante toda a trilha inca comemos sempre bem e por vezes até chegava a comer um pouco do prato da Inês =)
O pior pesadelo para a Inês durante os 4 dias seriam as casas-de-banho. Praticamente todos os sítios onde havia casas-de-banho, que nas montanhas não era assim tão comum, apenas exisitia um buraco no chão, onde as pessoas podiam fazer as necessidades, sem papel higiénico, sem sabonete nem sanita. Enfim algo que se toma como garantido tornava a viagem um pouco mais dura, contudo é um contratempo que o mochileiro tem que ultrapassar e 4 dias passam rápido.
Fomos para a cama / chão, às 21h e sem sono e lá tentámos adormecer. Às 5h30 do segundo dia os carregadores/porteadores, que eram peruanos magricelas levavam 20 a 25kg às costas (por vezes até 30kg) desde tendas, mesas, comida, cadeiras, etc, acordáram-nos com um cházinho à porta da tenda e lá nos metemos de pé para o que viria a ser o dia mais duro do caminho inca.
Adorei a experiência, é algo que marca uma pessoa, mas este dia puxou bem por nós por serem 5horas sempre a subir. Os holandeses com receio de ser demasiado duro deixaram a mochila para os carregadores levarem, pagando um extra e a Inês decidiu fazer o mesmo. Eu continuei a levar a minha mochila, saco-cama e colchonete. Quando o sol nasceu, tirámos o casaco porque caminhar com aquele sol provoca imenso calor. Subimos até aos 4200m subindo degraus bem altos. A meio da subida parámos para almoçar e descansar um pouco, o que serviu para recuperar forças visto que a Inês já estava cansada. Após esse momento fomos comprar água visto que a um certo ponto do caminho a água começa a ser escassa e bem cara. Um pormenor que adorei é o facto que ao chegarmos à tenda temos o "empregado", moço como lhe chamavam, com um copo de chicha ou por vezes outra bebida para nos refrescar-nos. O trabalho destes valentes senhores era ainda mais dificultado pelo facto de sairem dos acampamentos depois dos turistas e guias, por terem de arrumar tudo e chegarem antes de nós ao acampamento seguinte para terem tudo preparado. Apenas podiam levar 3kg pessoais, sendo que tudo o resto era equipamento da agência (mais ou menos 20kg). Bom, continuando o nosso caminho subimos até ao cume da montanha levando umas boas 2horas e pelo caminho vimos um velhote, aliás vários para nossa surpresa. No entanto houve um que chamou a nossa atenção, pelo cabelo branco e pelo contraste da mala pesada que levava. Todos faziamos apostas para adivinhar a idade do senhor que acabou por se revelar como o Super-Homem.
Às 6h15 estavam a tocar à porta do nosso hotel para a recolha. Fomos ter até à cidade de Ollaytaitambo, onde mal saimos do autocarro, fomos violentamente abordados por vendedores a impingir tudo e mais alguma coisa. O Bruno sempre com espírito regateador, até criou uma briga entre duas vendedoras. Como ele queria mais barato disse que não comprava, mas uma outra vendedora disse que vendia mais barato e a vendedora original ficou toda chateada e começaram as duas a discutir à nossa frente. Mas foi assim que conseguimos comprar dois ponchos para a chuva por 4soles. Conclusão: a concorrência é boa para o mercado pois baixa sempre os preços. Ainda na mesma cidade tomámos o pequeno-almoço e eu aproveitei para comprar um chapéu. 4 dias a andar de cabeça ao sol não pareceu boa ideia.
Seguimos viagem ainda no autocarro, até ao ponto onde entrariamos no caminho inca. Aí, travámos conhecimento com o nosso guia Gil, e com o restante grupo que nos ia acompanhar. Mais uma vez aí, vendedoras a tentarem vender tudo e masi alguma coisa, mas sempre de uma maneira desesperada. Nós a dizermos não e sempre a insistirem e a esfregarem as coisas na nossa cara. O pânico!
Depois de todas as apresentações feitas pusemo-nos a caminho. Passámos o controlo para entrar, onde verificavam os nossos passaportes e identidade e carimbavam, finalmente, a nossa entrada no caminho. Apesar de sermos ainda um grupo, para fazer a caminhada ia só eu o Bruno e o nosso guia. E só nos juntávamos todos para as refeições e para as dormidas. Assim cada grupo podia ter o seu próprio ritmo. Apesar de eu estar com o Bruno que é muito mais rápido do que eu, mas enfim, o grupo tem que se adequar à velocidade do elemento mais lento: Aqui a menina da cidade, óbvio!
Começámos a caminhada e até ao almoço foi fácil, sempre plano e nada de muito complicado. Ao almoço lá nos encontrámos todos de novo. O Marcelo e a Valéria da Argentina, a Sónia do Uruguai, todos com a guia Juana. Depois com o outro guia iam os dois holandeses, cujos nomes nunca chegámos a perceber e nós com o Gilbert. O primeiro almoço foi calminho até porque ainda não nos conheciamos, mas claro que com argentinos na mesa nunca seria uma refeição silenciosa. Acabámos por descubrir que é mesmo verdade. O povo argentino e uruguaio é muito animado. Após o almoço e o mate de coca seguimos viagem com a mochila às costas. O Gil sempre nos ia dando explicações sobre algumas plantas e árvores e iamos metendo conversa contando coisas sobre Portugal. (Dar a conhecer o nosso maravilhoso país). Continuámos a nossa caminhada bem dispostos e o caminho até era plano. Portanto não exigia muito esforço físico. Por volta das 17h chegámos ao nosso primeiro acampamento. Não tomámos banho, pois a água era gelada (apenas teriamos duche "quente" na 3a noite) e portanto seguimos directamente para a tenda para descansar um pouco. Às 19h horas estávamos todos juntos na mesa para jantar com os nossos guias. Falámos um pouco e comemos bem, aliás é de mencionar que durante toda a trilha inca comemos sempre bem e por vezes até chegava a comer um pouco do prato da Inês =)
O pior pesadelo para a Inês durante os 4 dias seriam as casas-de-banho. Praticamente todos os sítios onde havia casas-de-banho, que nas montanhas não era assim tão comum, apenas exisitia um buraco no chão, onde as pessoas podiam fazer as necessidades, sem papel higiénico, sem sabonete nem sanita. Enfim algo que se toma como garantido tornava a viagem um pouco mais dura, contudo é um contratempo que o mochileiro tem que ultrapassar e 4 dias passam rápido.
Fomos para a cama / chão, às 21h e sem sono e lá tentámos adormecer. Às 5h30 do segundo dia os carregadores/porteadores, que eram peruanos magricelas levavam 20 a 25kg às costas (por vezes até 30kg) desde tendas, mesas, comida, cadeiras, etc, acordáram-nos com um cházinho à porta da tenda e lá nos metemos de pé para o que viria a ser o dia mais duro do caminho inca.
Adorei a experiência, é algo que marca uma pessoa, mas este dia puxou bem por nós por serem 5horas sempre a subir. Os holandeses com receio de ser demasiado duro deixaram a mochila para os carregadores levarem, pagando um extra e a Inês decidiu fazer o mesmo. Eu continuei a levar a minha mochila, saco-cama e colchonete. Quando o sol nasceu, tirámos o casaco porque caminhar com aquele sol provoca imenso calor. Subimos até aos 4200m subindo degraus bem altos. A meio da subida parámos para almoçar e descansar um pouco, o que serviu para recuperar forças visto que a Inês já estava cansada. Após esse momento fomos comprar água visto que a um certo ponto do caminho a água começa a ser escassa e bem cara. Um pormenor que adorei é o facto que ao chegarmos à tenda temos o "empregado", moço como lhe chamavam, com um copo de chicha ou por vezes outra bebida para nos refrescar-nos. O trabalho destes valentes senhores era ainda mais dificultado pelo facto de sairem dos acampamentos depois dos turistas e guias, por terem de arrumar tudo e chegarem antes de nós ao acampamento seguinte para terem tudo preparado. Apenas podiam levar 3kg pessoais, sendo que tudo o resto era equipamento da agência (mais ou menos 20kg). Bom, continuando o nosso caminho subimos até ao cume da montanha levando umas boas 2horas e pelo caminho vimos um velhote, aliás vários para nossa surpresa. No entanto houve um que chamou a nossa atenção, pelo cabelo branco e pelo contraste da mala pesada que levava. Todos faziamos apostas para adivinhar a idade do senhor que acabou por se revelar como o Super-Homem.
Durante o caminho chegámos a ver de tudo, pessoas de todas as nacionalidades e idades inclusivé uma rapariga nos seus 20 anos que se sentiu mal e teve que ser carregada pelos heroícos carregadores. Não sei onde é que eles iam buscar a força! Finalmente chegados ao topo da montanha a Inês estava morta. Tivemos um merecido descanso, mas o dia não ficava por aí. Havia mais duas horas de caminhada só que desta vez a descer. Foi o único dia que não vimos sítios arqueológicos mas com o que caminhámos não havia tempo para mais. Finalmente no segundo acampamento pudemos dar um merecido repouso aos pés, ombros, enfim a tudo o que doia inclusivé a alma. Aproveitámos também para petiscar umas pipocas e comer umas bolachas, tudo cortesia da nossa agência e dos queridos carregadores =)
Novamente às 19h em ponto fomos jantar e ouvimos uma história de terror sobre o sítio onde estávamos para fomentar um pouco o medo antes da hora de dormir. Mas nós não ligámos à superstição e tratámos de ir à casa-de-banho, lavar os dentes e voltámos à tenda pelas 21h para dormir umas belas 7h a 8h horas.
domingo, 10 de octubre de 2010
Vale Sagrado
Passadas umas horinhas lá estávamos de pé com os olhos meio fechados a caminho do vale sagrado dos Incas. Num autocarro cheio de gente, aí fomos nós aos solavancos guiados por um guia que fazia o seu melhor para dar uma voz mistica à tour mas falhando completamente, tornando-se apenas muito irritante. A primeira paragem foi no mercado de Pisca, onde estivemos cerca de 20min. Um mercado mais uma vez artesanal, onde os vendedores eram os produtores, logo tudo era mais barato. Seguindo a viagem com o rio Urubamba como paisagem a nossa próxima paragem foi o sítio arqueológico de onde, mais uma vez visitámos ruínas Incas. Numa parte mais acima podia encontrar-se um cemitério Inca, onde a maior parte das "campas" tinha sido profanada pelos espanhois para roubar todo o ouro e tesouros que lá estavam. Depois quando estávamos a voltar para o autocarro, estavam lá uns senhores a vender uns jogos de xadrez feitos à mao. Uns jogos muito giros e muito bem feitos de espanhoís contra Incas. E melhor, muito, muito baratas. Seguidamente fomos almoçar um buffet bem servido e com comida... Mais uma vez, todos juntos no autocarro com o nosso guia "místico" lá fomos nós para mais um sítio arqueológico Inca, desta feita Ollantaytambo. Uma bonita e muito bem preservada cidade Inca, que ainda demonstra como este povo planeava a cidade.
Antigo centro cultural, administrativo e religioso estas ruínas contêm muita história, incluíndo o trono, feito em pedra do Rei Inca com vista sobre toda a cidade. O interessante desta cidade é que foi construída no topo, entre duas montanhas o que demonstra, mais uma vez o pensamento estratégico dos Incas em todas as suas construçoes, pois assim dava à cidade uma posiçao de soberania sem dar muita visibilidade à mesma. Depois de visitarmos e conhecermos a cidade dirigimo-nos até ao nosso último destino, a cidade de Chincero. Uma cidade que estava em festa e por isso só pudemos conhecer a Igreja. Claro que aproveitámos também um pouco da festa para ver as danças típicas e também para dançar um pouco.
De volta a Cusco fomos ter com o Thomas para o nosso jantar de despedida (mal sabiamos que ia ser a 1 de 4 no total). Eu como estava muito cansada fui para o hostel depois de jantar enquanto que o Bruno e o nosso amigo belga foram jogar uma partida de snooker que nenhum dos dois ganhou, devido à diferença de regras portuguesas e belgas =)
Antigo centro cultural, administrativo e religioso estas ruínas contêm muita história, incluíndo o trono, feito em pedra do Rei Inca com vista sobre toda a cidade. O interessante desta cidade é que foi construída no topo, entre duas montanhas o que demonstra, mais uma vez o pensamento estratégico dos Incas em todas as suas construçoes, pois assim dava à cidade uma posiçao de soberania sem dar muita visibilidade à mesma. Depois de visitarmos e conhecermos a cidade dirigimo-nos até ao nosso último destino, a cidade de Chincero. Uma cidade que estava em festa e por isso só pudemos conhecer a Igreja. Claro que aproveitámos também um pouco da festa para ver as danças típicas e também para dançar um pouco.
De volta a Cusco fomos ter com o Thomas para o nosso jantar de despedida (mal sabiamos que ia ser a 1 de 4 no total). Eu como estava muito cansada fui para o hostel depois de jantar enquanto que o Bruno e o nosso amigo belga foram jogar uma partida de snooker que nenhum dos dois ganhou, devido à diferença de regras portuguesas e belgas =)
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