miércoles, 22 de septiembre de 2010

Potosi parte I

Chegados a Potosi fomos tentar ver se conseguiamos resolver os nossos bilhetes para Uyuni, mas a agência já estava fechada. Resolvemos deixar para o dia seguinte e ir jantar que a fomeca já apertava. Como ainda nao tinhamos hotel, foi essa a nossa prioridade, arranjar um sítio para dormir. Fomos ter ao hostel Koala que tinha o quarto perfeito para nós, 4 camas com uma casa-de-banho privada. Depois de instalados e roupas reforçadas, que o frio já obrigava (4 mil metros de altitude nao sao brincadeira) fomos à procura do melhor restaurante, procurávamos o luxo e encontrámo-lo =) Creio que fomos ao melhor restaurante da cidade! Tinha uma lareira, estava todo bem decorado e os empregados muito bem vestidos. O Tay, mais corajoso, foi logo provar o bife de lama. E eu, feita tontinha, fui pedir o bife à portuguesa. (Acho que só mesmo para saber qual a definiçao de portuguesa deles). Comemos que nem reis e ficamos muito satisfeitos a pensar: "altitude é isto? peanuts!" Ah e por este jantar de luxo pagámos menos de 10euros :O

Demos uma voltinha pela cidade para desmoer e também para contrair o frio que se fazia sentir. Cansados como estávamos foi chegar ao hotel, vestir o pijama e cair na cama.
No dia seguinte quando todos acordámos, o mundo tinha-se tornado num sítio horrível. Quase tudo andava à roda, qualquer barulho era uma explosao e a luz do dia era uma violência para os nossos olhos. Sim, a altitude tinha finalmente atingido estes pobres ingénuos. Eu e o bruno fomos tratar dos bilhetes à estacao e aproveitámos para almoçar por lá, mas estavámos tao "ressacados" que nem conseguimos acabar o prato. No entanto a senhora dos bilhetes sabia quem nós eramos e já sabia da nossa situaçao. Disse-nos que nao seria possível dar-nos os bilhetes naquela altura, mas que no dia seguinte antes do autocarro,às 13h, ela dava-nos.
Fomos para o hostel de novo porque tinhamos marcado a excursao às minas. As minas de Potosi sao a atracçao turística, também porque a cidade financeiramente vive dos mineiros extraidos das minas. Pagámos 100 bolivianos por uma excursao de cerca de 4h. A primeira paragem foi na oficina para trocarmos de vestimentas e estarmos preparados para enfrentar as duras condiçoes das minas. Roupa: calças impermeáveis, casaco igual, galochas, um capacete e uma luz que se atava a um cinto e ao capacete para ficarmos com as maos livres. Já disfarçados de mineiros, e lindos, dirigimo-nos ao mercado para comprar ofertas para dar aos trabalhadores das minas. Comprámos sumo, dinamite e folhas de coca. A coca, aqui na Bolívia, é usada como um energizante, pois dá vitalidade e energia para suportar trabalhos mais pesados. E mais, a folha de coca ameniza os efeitos de altitude (sim nós tomámos), tem montes de proteínas e ainda dá ao corpo uma sensaçao de satisfaçao alimentar.
Prontinhos e já com prendas para os mineiros fomos para a mina candelária, Uma mina com 14 níveis. De referir que nós apenas descemos até ao 3 nível e já estávamos estafados de calor e cansaço. Cada vez que se desce um nível a temperatura aumenta, como devem calcular, pois estamos a ir mais próximos do centro da terra. O último nível desta mina atinge os 45 graus. Calculam o que é trabalhar cerca de 8horas a carregar quilos e quilos de minérios a 45graus ?!
No primeiro nível fomos visitar "o tio" Jorge, o deus a quem os mineiros dao oferendas pelo trabalho e boa sorte. "Tio" é a esposa da pachamama (a alta divindade, a Mae Natureza) e tem este nome devido à linguagem quechua onde o D se lê como T.  Daí o Deus "dio" passou a ser "tio".
Os mineiros

No hay comentarios:

Publicar un comentario