miércoles, 1 de septiembre de 2010

A viagem no comboio da morte

Como devem calcular em 21h de caminho num comboio, pouco mais se pode fazer do que comer, dormir e falar. Dentro desta variada paleta de actividades óbvio que a minha favorita foi dormir. O Bruno lá foi falando com o Flávio trocando informacoes e relatos sobre as diferencas da vida na Europa e na América do Sul, neste caso, entre Portugal e Brasil. Apesar dos nossos bilhetes nao serem da mesma carruagem, nós lá arriscámos a nossa sorte e fomos todos juntos para a mesa. O que até resultou durante umas 10horas. Após esse periodo alegre de socializacao fomos expulsos do nosso lugar por pessoas que realmente tinham bilhetes para aquela carruagem. De referir que comprámos bilhetes para a classe Pullman, o que significava, pelo menos na nossa cabeca, mais conforto. Quao enganados estávamos. No nosso imaginário europeu, óbvio, que temos outras expecttivas e quando nos deparámos com o "conforto" e "luxo" da classe Pullman, só pudemos pensar: "nem quero imaginar como serao as outras classes". Resumindo um pouco, banco muito muito velhos onde as suas capas (tb muito muito velhas) deixavam a descoberto uns banco que outroura nem foram confortáveis nem bonitos, corredores muito estreitos e casas de banho que nem vale a pena descrever. No meio de toda esta viagem o que mais me impressionou foi o choque com o pais que é a Bolívia. Durante a viagem o comboio vai fazendo várias paragens e nao só para as pessoas entrarem e sairem, mas também para a populacao local ter uma oportunidade de fazer negócio. Em cada parada lá eramos bombardeados com coisas do genéro: "empanadas", "quesadilhas", cafe con leche", "toranjas", enfim tudo o que pudesse trazer algum lucro aquelas pobres pessoas, cuja única alegria parecia ser o comboio a chegar. Mas o mais impressionante nisto tudo, é que os "vendedores ambulantes" eram criancas. Criancas que mereciam estar a brincar, e no entanto as suas brincadeiras pareciam resumir-se a gritar o nome do seu produto em todo o comboio e isto também a altas horas da noite.
Ums vez expulsos do nosso lugar, fomos para onde nos indicavam os bilhetes, aí apercebemo-nos que nao iamos estar juntos. Tentando dar a volta a situacao, perguntámos a um casal que viajava separado se podiam ficar juntos para nós também podermos sentar lado a lado. Assim fizeram e foi desta maneira que se iniciou toda uma conversa com os nossos novos amigos. (E companheiros de viagem por uns dias)
Marcela e Taygoara, um jovem casal de brasileiros , de S. Paulo, que também decidiram fazer "mochilao" por uns país da América do Sul por um mes. Conversa puxa conversa e vimos que o nosso roteiro, mal saissemos do comboio, ia ser exactamente igual.
O resto da viagem passou-se com alguma tranquilidade, partilhando comda com nativos e mesmo chegando a experimentar frutos cujo nome ainda nao sei promunciar. Eis senao quando chegam os fiscais e mandam toda a gente sentar-se no lugar indicado. Foi uma confusao. E aí, eu e o Bruno, lá nos vimos obrigados a ficar separados. Já cada um no seu lugar, a única opccao, visto ainda faltarem umas 8 horas, foi mesmo tentar dormir. O bruno teve a sorte de partilhar o banco com alguém magrinho, já a mim calhou-me na rifa um senhor muito largo que fazia questao de ocupar o seu lugar e mais metade do meu.
Chegados a Santa Cruz, pusemos a mochila as costas e fomos procurar bilhetes para o dia seguinte para Sucre.

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