sábado, 25 de septiembre de 2010

Salar de Uyuni

Chegámos a Uyuni às 18h30 ainda com tempo para procurar agencias de turismo para fazermos a tour ao salar. Perguntamos a vários turistas que já tinham feito a tour como era. Se gostaram se foi caro, perguntámos também nas agencias as condicoes e o que iamos ver e depois de algumas indecisoes escolhemos ir com a Nueva Aventura. Pagámos 1050 bolivianos por 4 dias. (Pensámos na de 5 dias mas o preco era o dobro e os sítios a visitar praticamente os mesmos)
Devo confessar que sintomo-nos fortunados por termos ido com a Nueva Aventura, pois o condutor de seu nome Edgar, tinha já 14 anos de experiencia a fazer tours pelo salar e fez de tudo para que nunca nos faltasse nada. Sempre bem-disposto, simpático e divertido levou-nos em primeiro lugar ao cemitério dos comboios, onde para surpresa de todos voltámos a encontrar o Markus! Tirámos umas fotos à Lawrence da Arabia e à Regresso ao Futuro III e partimos rumo a Colchany. (Artesanias de Sal) Aproveitámos para aprender como é que eles processam o sal, para depois exportar e ficámos a saber que 50kg de sal custam apenas 10bs !!!
Finalmente acabámos por entrar no maior salar do mundo e tirámos umas quantas fotos em cima de montes de sal. Seguimos rapidamente para o museu de sal onde a entrada era gratuita mas eramos obrigados a consumir algo! Almocamos lama, que até estava saborosa, com quinoa (espécie de arroz) e depois fomos tirar as famosas fotografias cheias de efeitos especiais com a infinidade do salar como pano de fundo.
A última paragem foi o nosso humilde hostal com o vulcao Tunopa por detrás. Demos um pequeno passeio, vimos lamas e flamingos e fomos ver o por-do-sol no salar. Após o jantar e conversar um pouco com os nossos companheiros, suicos Thierry e Marie e os checos Ana e André, fomos dormir pois o dia seguinte seria bastante longo.

Acordámos às 5h da matina :( para visitarmos umas múmias e subirmos até ao mirador do vulcao. Tarefa nada fácil visto que estávamos a mais de 4000m de altitude. (O salar encontra-se a 3600m) Por volta das 12h estávamos de volta ao hostel para almocarmos e seguirmos para a ilha Incahuasi. Ao chegarmos à ilha acabámos por encontrar a Marcela e o Taygoara já que eles tinham ido com outra agencia e queriam fazer somente 3 dias. Se bem que nos contaram que a agencia deles fechou no dia em que deveriam partir e tiveram que ficar mais um dia em Uyuni (mais outra razao para termos ficado satisfeitos com a nossa agencia). A ilha Incahuasi é uma ilha no meio do salar, bastante estranha, pois nao se percebe muito bem a sua formacao e no seu solo existem apenas cactos! Gigantes cactos de 9m de altitude e que cada mes crescem 1cm. Como sempre pagámos 15bs para entrar também podemos utilizar a WC eheheh. Continuámos a viagem e tive a oportunidade de conduzir o jipe no salar após chatear o Edgar continuamente e a Ines ficou atrás a tirar fotos. O Edgar lá nos foi explicado a origem do salar. Antigamente o salar era um lago ou melhor estava ligado ao oceano, portanto era de água salgada e com os choques das placas téctonicas, a Cordilheira dos Andes foi-se formando ficando um lago cheio de água salgada envolto em montanhas e cada vez mais a uma altitude superior, estando hoje como já referi a uma altitude de 3600m. O lago secou ficando apenas o sal e somente quando é a época das chuvas (Dezembro a Fevereiro) o salar fica encoberto com uns cms de água tornando o salar num gigante espelho, maravilhoso diga-se de passagem. Mas tem as suas desvantagens, visto que nessa altura nao é possível visitar todos os sítios do salar.
O dia terminou connosco a dormirmos num hotel feito inteiramente de sal (Cada chove fazem uma manutencao do local). O Edgar cozinhou-nos pizza, para nossa sorte e ainda tivemos o privilégio de ver criancas pequeninas a dancarem e cantarem uma danca típica da Bolívia. Após esse regalo fomos para a nossa cama de sal e bem quentinha. Esqueci-me de referir que nesse hotel para tomarmos banho tinhamos que pagar mais 10bs por cada um, mas que soube maravilhosamente bem visto que há 2 dias que nao tomávamos banho.

No 3 dia tivemos que acordar de novo bastante cedo. Desta feita, apenas, por volta das 6h da manha. Tomámos o pequeno-almoco, chá, pao com marmelada, manteiga e sumo e fomos ver o exército de rochas que sao nada mais que fósseis. Um coral que existia quando o salar estava coberto de água. Após uma breve pausa para fotografias fomos ao mirador dum vulcao, ver a lagoa caguapa onde havia muitos flamingos embora tímidos, de maneira que apenas podiamos tirar fotos ao longe e onde ainda vimos uma raposa. Depois vimos a lagoa hedionda, visto que cheirava muito mal, e aí sim conseguimos ver os flamingos mais de perto e finalmente almocamos.
Pelo caminho fomos vendo paisagens extraordinárias e animais bastante estranhos como a chinchilla até parecia que estávamos noutro planeta! Passámos obrigatóriamente pela famosa árvore de pedra e ao entrarmos no parque natural de reserva tivemos que pagar 150bs (No dia 1 de Maio subiram de 30 para 150!) Após esta pequena "portagem" fomos regalar a nossa vista com a belíssima lagoa colorada. É de cor avermelhada devido a pequenos micro-organismos que se encontram no fundo da lagoa. O dia terminou no refúgio de Huathajna onde passariamos a nossa pior de noite com bastante frio, temperaturas abaixo dos zero graus, visto estarmos a uns 4600m de altitude. Mas com muitas camadas de cobertores lá conseguimos sobreviver. O pior era mesmo ir à casa-de-banho a meio da noite. brrrrrrrrr que frio!

No dia seguinte
acordámos de novo bem cedinho para seguirmos viagem até à cidade de Uyuni. E quando digo cedinho, digo antes mesmo do sol nascer nesta parte do mundo, eram 5 da manha. Comecamos o roteiro nos geysers, vestígios de actividade vulcanica naquela zona. De seguida, dirigimo-nos para "aguas termales", onde existe um pequeno lago com água que atinge cerca de 35 graus. E aí, finalmente pudemos tomar o pequeno-almoco, que já eram horas decentes. Do nosso grupo apenas o casal checo teve a audácia de se ir banhar e segundo os seus relatos a água estava óptima.
De volta ao jipe, passámos pelo deserto de rochas de Salvador Dali. Nao porque o pintor alguma vez ali tivesse passado, mas sim porque nunca indo lá Dali pintou um quadro de uma semelhanca incrível com aquelas rochas. Foto, foto e próximo destino: Laguna verde. Mais uma vez, uma lagoa com uma cor incrível, um verde esmeralda, tinha esta cor devido aos ácidos naturais que lá abundam. Bonito mas tóxico! Próxima paragem foi o almoco numa povoacao chamada Villa Mar. E chamar de povoacao a este pequeno vilarejo é muito, visto nao ter mais que 3 casinhas e o sítio onde comemos. O tempo surgia e fomos de novo a caminho da cidade que nos tinha visto partir há já 4 dias. Parando apenas num pequeno povoado chamado San Cristóbal para admirar uma Igreja toda feita em pedra (e claro fechada). Mais duas horas de caminho e estavámos de volta a Uyuni.
Muito cansados desta tour fomos directos ao hostel tomar um bom e merecido banho de água quente e descansar um pouco antes do jantar. Fomos jantar a um restaurante típico onde comemos bife de lama e quinoa. No dia seguinte, pudemos dormir até um pouco mais tarde e recuperar energias de 4 dias sempre madrugadores. Como só tinhamos autocarro para La Paz às 20h, tivemos muitas horas na cidade para passear. O problema é que a cidade resume-se a 2 ruas e acumulando a isso nao tinhamos mais dinheiro trocado e a única caixa multibanco da cidade nao estava a funcionar. Ainda para mais o dia estava cinzento e até chegou a nevar. Resumindo só nos restava ir para a internet, já que era tao barata e sempre estávamos quentinhos. Desta vez optámos por um autocarro de maior qualidade, mas nem assim isso significou uma viagem bem passada. Até La Paz a viagem duraria 10horas.

1 comentario:

  1. Fotos brutais.

    E dá para notar que vocês estão mesmo buéda contentes. Grande abraço, pá!

    ResponderEliminar