jueves, 2 de septiembre de 2010

Um Boliviano aldrabão

  Na nossa senda para encontrarmos uma companhia que nos levasse até Sucre, deparámo-nos com uma oferta enorme de autocarros. Entre mulheres a gritar os vários destinos e homens a meter conversa com turistas (nós), tentámos perguntar ao máximo de companhias sobre preços e condições sempre atentos a avisos anteriores: "Cuidado que os bolivianos gostam de enganar". Foram tantas as ofertas e companhias vistas que se tornou muito complicado a escolha. Entre os quatro já não sabiamos para onde nos virarmos. Entretanto um senhor abordou-nos perguntando para onde iamos. Ele disse que nos conseguia vender os bilhetes para os 3 destinos que procurávamos. Seguimos o senhor, e apesar do meu instinto ter ficado alerta devido à "simplicidade" do seu escritório, lá acabámos por comprar os bilhetes. Não sei se foi devido à ressaca de 21h de viagem ou à inundação de informação nem demos pelos sinais óbvios e claro que fomos enganados. Logo para começar a companhia onde comprámos os bilhetes: "Villa Imperial" nem tinha autocarros próprios. Mas já lá voltamos.
  Depois de comprarmos os bilhetes apanhámos um taxi para o centro da cidade onde fomos procurar alojamento. Tinhamos visto no nosso fantástico guia da lonely planet um alojamento perto do centro e baratinho. (Bem, na Bolívia tudo é barato, acho que mesmo que quisessemos nem iamos encontrar nada caro). Acabámos por ficar no primeiro alojamento que vimos, "Alojamento Santa Barbara", onde pagamos 25bs cada um (menos de 3€) por um dormitório com 4 camas e duche de água quente. Não era nenhum luxo mas também pelo preço não se pode exigir muito. Depois de instalados e a fomeca já apertando, fomos procurar um sítio para comer. No caminho para o centro encontrámos um bar que tinha uma cascata no meio, como achámos tanta piada a isso entrámos só para ver, mas quando vimos os fantásticos menus os nossos rabos colaram-se automaticamente às cadeiras. É de referir o sistema super-avançado que aqui existia. Chamar "oh chefe" ou "oh amigo" é ultrapassado, aqui em cada mesinha havia um botão para chamar o empregado e até mesmo para pedir a contar. Woahhh!!!
   Depois de estarmos de barriga cheia decidimos dar uma volta pela cidade com os nossos novos amigos. Aproveitámos para ir à internet por 4bs à hora e visitámos a igreja que era praticamente o único sítio turístico da cidade. O resto do tempo entretemo-nos no mercado, onde a primeira coisa que fizemos, e que estava contra todas as regras, foi beber um granizado, cheio de gelo e corantes. Apesar do homem ter feito o granizado numa máquina cheia de ferrugem e de pegar o gelo com as próprias mãos (um pouco sujas by the way hehehe) soube-nos muito bem e partimos rapidamente para a caça ao recuerdo. Tudo barato e com bom aspecto, é a perdição de qualquer turista.
  No final do dia já muito cansados seguimos para o nosso alojamento onde adormeçemos sem dificuldade.
  No dia seguinte tomámos os 4 o pequeno-almoço juntos, pegámos nas nossas mochilas e fomos de táxi para a estação de autocarros. Vale a pena mencionar que aqui na Bolívia os táxis pagam-se por pessoa e não têm taxímetro, portanto o facto de sermos 4 num táxi não ajuda a reduzir os custos. A nossa única defesa é, antes de entrar no táxi, perguntar quanto custa até ao destino. Mal chegámos à estação foi uma aventura para saber qual o autocarro que tinhamos que apanhar. Lá acabámos por encontrar o homem que nos vendeu os bilhetes e nos levou até à oficina da "San Francisco". Com alguma confusão à mistura lá entrámos no autocarro mas havia pessoas no nosso assento, visto que havia dois autocarros e o senhor aldrabão tinha vendido os bilhetes com os mesmos assentos mas com horários diferentes. Com isto tudo nem tempo tivemos de ir à casa-de-banho. Pedimos um favor ao motorista de aguardar mais 5minutos e fomos à casa-de-banho ficando o Taygoara no autocarro. Quando voltámos tivemos que correr para o apanhar, pois já se estavam a ir embora sem nós.

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