jueves, 23 de septiembre de 2010

Potosi parte II

No 1 nivel, ouvimos o nosso guia a explicar as condicoes de vida precária que os mineiros levam. Depois fomos até ao segundo nível onde encontrámos um mineiro e ficámos um pouco à conversa com ele e em troca demos-lhe uma das prendas que tinhámos comprado, mas atencao, nao é nenhum chá das 5h.
Estamos uns bons metros debaixo da terra a falar com pessoas que sobrevivem a trabalhar mais de 8horas(por vezes 24h) por dia praticamente sem luz e com condicoes muito precárias. É difícil mas dá-te uma outra perspectiva sobre as coisas.
Descemos até ao terceiro nível (e último para nós) onde nao encontrámos mais mineiros, pois já estava na hora do regresso. Foi muito complicado os caminhos dentro da mina, nao há propriamente caminhos feitos, temos que ir muitas vezes de cabeça abaixada, outras partes de joelhos e chegámos a ir numa parte deitados, pois era tao estreito o caminho que nao havia hipótese. Nao aconselhável a pessoas com claustrofobia. Havia também muito pó, o que dificultava a visibilidade e a respiraçao. Foi díficil, valeu apena, mas nao sei se repetiria. Quando saímos da mina, estávamos à espera de encontrar o resto do grupo  (Esqueci de referir que a Marcela e o Tay ficaram-se pelo primeiro nível) para fazer explodir um pouco de dinamite extra que tinhamos comprado. Explodimos a dinamite só com o nosso guia, pois nao havia sinal dos restantes. Surpresas das surpresas, o autocarro (pelo qual tinhamos pago) tinha-se ido embora sem nós =O
Tivemos que descer até à vila mais próxima a pé. Confesso que depois duma tour daquelas ainda ter que descer a pé e ao frio nao me deixou nada bem disposta. (se a Bolívia nao fosse tao pobre, ia pedir o meu dinheiro de volta)
Depois de alguns autocarros públicos lá demos com o nosso caminho e conseguimos chegar ao hostel, onde já estavam o Tay e a Marcela a perguntar o que nos teria acontecido. Depois do merecido duche de água bem quentinha para tirar a poeira toda já me sentia pessoa outra vez =)
Mais uma vez bem abrigados lá fomos à caça do jantar. Como estávamos cheios de fome e sem muita paciencia, entrámos num dos primeiros sítios que vimos: "Hawai". Estava cheio e as pessoas pareciam satisfeitas. O que era afinal!? só fritos! Frango frito com batata frita...hum que bom. Como já ali estávamos, por lá ficámos. De papo cheio, regressámos de novo ao hostel onde nos esperavam umas malas para fazer e a paciencia quase a zero. Como nesta altura do campeonato ainda nao tinha perdido a cabeça com recuerdos a mala foi relativamente fácil de fazer. Barriga cheia e de mala feita o que se seguia?! Joao pestana, que há muito reclamava o seu direito por umas horas de descanço.
No dia seguinte, acordámos cedinho para ir ver a cidade, coisa que ainda nao tinhamos feito. Como só tinhamos autocarro às 13h, ainda dava para ver uns pontos turísticos. Tomámos o peq-almoço no hostel regado com suminho de laranja natural acadadinho de espremer. O luxo! Uma coisa muito boa por estas bandas sao os sumos naturais. A qualquer altura em qualquer lugar há sempre um suminho fresquinho. Eu e o bruno fomos ver a cidade, enquanto a Marcela e o Tay ficaram para cuidar dos ainda males de altitude.
Acabámos por ir parar ao centro de informaçao turística que tinha um miradouro sobre toda a cidade. Pagámos 10 bolivianos com direito a explicaçao e tudo. Depois eu tive que ir ao mercado à procura duma camisola, pois tinha perdido a minha em Santa Cruz. O bruno como queria ver mais da cidade foi até à Igreja de S. Francisco, que é uma Igreja fundada pelos espanhoís quando se instalaram em Potosi, devido à prata que havia nas montanhas. Nessa Igreja de Franciscanos havia muitíssimas pinturas sobre Jesus Cristo, catacumbas onde se julgavam que havia passagens debaixo da cidade. Acabei por conhecer um espanhol e dois italianos já com uma certa idade e um dos italianos quando soube que era portugues, veio logo falar-me do Mourinho e dizer-me que até chorou quando soube que ele se ia mudar do Inter para o Real!
Encontrámo-nos, os 4, no hostel prontos para pagar e seguir viagem para a estaçao de autocarros. Ao chegarmos à estaçao a senhora da agencia Villa Imperial disse-nos que o autocarro já tinha partido (eram 12h30) e eu expliquei-lhe que nos tinham dito no dia anterior que o autocarro saia às 13h. Armada a confusao disse-lhes que a culpa nao era nossa, mas deles, que os bilhetes se nao eram mais válidos que os trocassem para o autocarro das 19h e a senhora lá telefonou para a outra estaçao de autocarros, porque afinal teriamos que partir para Uyuni doutro sítio. (algo que também nao nos tinham avisado) O autocarro afinal ainda nao tinha saído, mas do lado de lá da linha desligaram o telefone na cara da Senhora! No meio desta confusao toda a Senhora foi a correr para a oficina da polícia para pedir para telefonar para a estaçao  e lá conseguiram telefonar e depois de muitos pedidos dizendo "Estou-lhe a pedir por favor, nao é uma exigencia é só um pedido! Sao turistas e tem que ir para Uyuni, por favor! Já tem o taxi à espera!"" lá conseguiu convencer a pessoa do outro lado da linha a esperar por nós =)
Fomos rápidos e lá conseguimos meter-nos no autocarro, onde tivemos uma pequena surpresa! Vimos o Markus (de Sucre) à espera do autocarro para uyuni, desde as 11h! e que partia apenas às 14h (contou-nos ele mais tarde, já que esta nao será a última vez que o veremos.)
A viagem de autocarro será de 5 horas e 30min cheia de buracos e pedras, autenticos caminhos de cabras.

No hay comentarios:

Publicar un comentario