domingo, 17 de octubre de 2010

Caminho Inca - O Final

O 3º dia foi o mais comprido de todos visto que andámos 16 Km. Não foi tão difícil como o segundo dia, mas também nos fartámos de caminhar. Desta feita a Inês já levou a mochila às costas. O Gil, bem disposto, ia dizendo algumas piadas e nós tentávamos sempre superá-las. Uma galhofa!
Neste dia já visitámos alguns sítios arqueológicos onde o Gil nos explicava a sua história e mitos. Alguns eram locais estratégicos para observar inimigos, outros postos para os mensageiros descansarem e poderem trocar mensagens. Já que os Incas tinham um império tão grande era necessária a criação destes lugares para os mensageiros puderem repousar ao percorrem os seus longos caminhos. Outros, ainda, pequenas aldeias onde os Incas viviam, alguns postos de controlo para se saber quem iria entrar na cidade sagrada de Machu Picchu e também alguns sítios onde os Incas cultivavam e armazenavam a sua comida.
Entretanto íamos tirando muitas fotografias desse lugar maravilhoso e mágico, a trilha Inca, rodeada por vales e montanhas que vale a pena visitar. Pequenos riachos e cascatas que cruzámos, realmente hipnóticos, fazem com que este caminho se torne inesquecível e fácil de suportar. O senhor velhote, pelo qual tínhamos um enorme respeito, continuava a sua estóica caminhada e, muitas das vezes, indo à nossa frente. Realmente toda a gente comentava como é que ele conseguia. Com certeza que em tempos passados deve ter sido um profissional a fazer escalada, trekking ou algum desporto semelhante. Até chegámos a apelidá-lo de SuperMan.
Por volta das 16h30/17h chegámos ao 3º acampamento e pudemos tomar o  nosso duche quente =D (mais ou menos quente) Soube bem e após o banhinho fomos comer mais biscoitos e bolachas e beber um chá. A rotina era sempre igual e portanto às 19h tinhamos novamente o prato na mesa cheio de comida deliciosa. Era o último jantar juntos e portanto algo especial. Juntá-mo-nos todos e deixamos uma gorjeta de 35 soles cada um aos carregadores, pelo seu duro e bom trabalho. Bem merecido diga-se de passagem!
Descansámos bem pois o último dia seria bem comprido. Levantámos às 3h30 da matina !!! Por duas razões. Primeiro para chegar a Machu Picchu bem cedinho e segundo, a principal razão, porque os carregadores tinham que apanhar o comboio das 5h30 para regressarem a Cusco. Tomámos o pequeno-almoço e esperámos 1h para que as pessoas no controlo passassem e finalmente continuarmos o nosso caminho. Foi uma boa opção visto que até estava a chuviscar àquela hora. Passado 1h30  a 2h chegámos a IntiPunku, ou seja, a Porta do Sol, onde se podia vislumbrar pela primeira vez Machu Picchu e onde o sol no solstício de Verão passava e chegava ao templo do sol que se encontra em Machu Picchu.
Na Porta do Sol seria a nossa oportunidade para vislumbrar Machu Picchu pela primeira vez. Seria o culminar de 4 dias caminhando, finalizando com 45 degraus até à porta do sol. Não cabíamos em nós e excitação (e eu de cansaço). E assim que chegámos, sustemos a respiração e NADA! Nadinha de nada...Estava tudo encoberto por uma camada de nevoeiro branco e cerrado. Não se podia ver nem uma pedra, nem sequer a pontinha do templo! Foi uma desilusão. Como se alguém nos tivesse tirado um sonho! Ainda ficámos um tempinho sentados à espera que o nevoeiro abrisse mas nem uma pedrinha se viu. Decidimos continuar a viagem até à cidade perdida dos Incas, onde ainda iríamos ter que passar pelo último controle e carimbar os nossos passaportes. (sim temos carimbo de Machu Picchu!).
Fomos continuando caminhando sempre um pouco cabisbaixos a pensar no azar que tinhamos, 4 dias à espera daquele momento para vir o nevoeiro e estragar tudo.

Caminho Inca
Descendo as escadas Incas da trilha


Rapariga que teve que se carregada pelos homens durante o caminho


Chegada às Puertas del Sol com vista nublada sobre Machu Picchu

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